

A agricultura estará no centro das discussões da COP30, que acontece em novembro, em Belém. E a Bayer, que participa das Conferências das Partes desde 2015, se prepara para marcar presença ativa em conversas com seus públicos estratégicos, contribuindo com cases globais sobre produção sustentável e soluções baseadas em ciência e inovação.
A face mais visível de sua presença na COP será um casarão revitalizado no Centro Histórico de Belém, que posteriormente ficará como legado, abrigando diversas iniciativas educativas e de engajamento comunitário. Mas a companhia quer também demonstrar que a agricultura não somente tem a capacidade de reduzir as emissões de carbono em suas atividades, mas também de remover o carbono da atmosfera por meio da agricultura regenerativa, tornando-se parte da solução para a questão climática.
Nessa entrevista, Catarina Corrêa, Gerente Executiva de Relações Públicas da Bayer, fala sobre os planos para a Conferência a ser realizada no Brasil - o segundo mercado mundial da companhia - e sobre a importância da parceria entre o setor privado, os agricultores e parceiros como a Embrapa para cocriar soluções que impulsionem práticas que tornem a agricultura brasileira cada vez mais sustentável. “A agricultura regenerativa permite produzir mais com menos, enquanto regeneramos mais. Quando intensificamos o manejo através de práticas agronômicas regenerativas, ampliamos a possibilidade de extrair o real valor de cada inovação, produzindo mais e com mais sustentabilidade”.
“A COP30 representa uma oportunidade estratégica não apenas para a Bayer, mas também para o Brasil e a agricultura brasileira reafirmarem seu papel de liderança de práticas sustentáveis, demonstrando que é possível conciliar alta produtividade com a conservação ambiental”.
(Catarina Corrêa, Gerente Executiva de Relações Públicas da Bayer)
Leia a entrevista completa!

1. A Bayer está investindo na reforma de um prédio histórico em Belém que será usado também para encontros e debates antes e durante a COP30 e que ficará como legado para a cidade. Como a empresa vê o papel da iniciativa privada na discussão climática e como as companhias poderão apoiar as negociações?
A Bayer mantém uma participação consistente em Conferências das Partes (COPs) desde 2015. Como parte de sua estratégia nesses fóruns multilaterais, o foco sempre foi estabelecer conexões com estes públicos estratégicos com o objetivo de apresentar soluções concretas para uma agricultura de baixo carbono e soluções em saúde e autocuidado, compartilhar exemplos globais que demonstram o potencial transformador da produção sustentável e contribuir com a construção de políticas públicas baseadas em ciência e inovação.
A COP30 será um grande marco para a Bayer, principalmente por ser sediada no Brasil, o segundo maior mercado da companhia no mundo. Por isso, além de integrar as delegações institucionais, a Bayer tem se envolvido ativamente na construção do caminho até Belém, com ações concretas em três frentes principais: cidadania corporativa, participação institucional e promoção de conhecimento. Entre os projetos, fizemos uma parceria com a Empresa Brasileira de Produtos e Serviços Culturais (Embrasesc), investindo no Projeto Casarão, que prevê apoio ao projeto social de incentivo à cultura local e revitalização de um casarão histórico no centro da cidade de Belém. O local será usado pela empresa durante a COP30. Além de restaurar o espaço, a Bayer fornecerá apoio financeiro à Embrasesc por um ano, destinado a ações educativas e de engajamento comunitário realizadas na casa. O projeto impacta, em média, 250 alunos anualmente, oferecendo uma programação diversificada que inclui cursos, oficinas e palestras, além de apoio social às famílias em situação de vulnerabilidade.
2. São grandes as expectativas em relação ao papel do agronegócio na COP30, pois é um dos principais setores da economia brasileira. Como a Bayer avalia o impacto do agro brasileiro nas mudanças climáticas e como pode apoiar o setor a contribuir no combate ao aquecimento global?
A COP30 representa uma oportunidade estratégica não apenas para a Bayer, mas também para o Brasil e a agricultura brasileira reafirmarem seu papel de liderança de práticas sustentáveis, demonstrando que é possível conciliar alta produtividade com a conservação ambiental.
A agricultura é foco das discussões sobre as mudanças climáticas por ser um setor que está no início da cadeia de valor de diversas indústrias e ter a capacidade de não só reduzir as emissões de carbono em suas atividades, mas também remover o carbono da atmosfera.
Um exemplo é o PRO Carbono, em que usamos ciência, tecnologia e cocriação para mensurar o sequestro de carbono por meio da intensificação de práticas de agricultura regenerativa em diferentes tipos de solo e clima. No Brasil, o PRO Carbono alcançou a validação de metodologias economicamente viáveis e operacionalmente escaláveis de medição de carbono em solo, além de benefícios estimados de ganho médio de mais de 11% de produtividade e 16% de sequestro de carbono, quando comparadas ao manejo padrão de outras áreas dos agricultores participantes.
3. Muito se fala no potencial da agricultura regenerativa para o combate às mudanças climáticas. Qual o potencial de negócios que essa prática pode gerar e em quais são os maiores desafios para ampliar essa prática no Brasil?
Na Bayer, consideremos a agricultura regenerativa uma importante ferramenta de enfrentamento aos desafios econômicos, sociais e ambientais que o setor vive atualmente. Essa evolução exigirá um esforço conjunto de agricultores, sociedade e empresas, pois trata-se de um sistema de cultivo baseado em resultados e mensuração de dados, abrangendo diversas culturas e safras em larga escala, estabelecido em regiões específicas e viabilizado por um conjunto de práticas implementadas pelo agricultor.
A agricultura regenerativa permite produzir mais com menos, enquanto regeneramos mais. Quando intensificamos o manejo através de práticas agronômicas regenerativas, ampliamos a possibilidade de extrair o real valor de cada inovação, produzindo mais e com mais sustentabilidade. E os agricultores já começaram essa jornada. Uma pesquisa idealizada pela Bayer e Kynetec entrevistou 2 mil agricultores em oito países, e constatou que as lavouras brasileiras utilizam, em média, cerca de 10 práticas de agricultura regenerativa, acima da média mundial, que corresponde a sete.
4. A Bayer, que é uma empresa industrial, criou uma ferramenta para calcular a pegada de carbono da produção agrícola. Por que a empresa fez esse investimento? Não seria esse um papel da academia ou do governo?
Sabemos que a manutenção de um modelo colaborativo e o esforço multissetorial, baseado em ciência, é essencial para o sucesso não só de nossos projetos, mas para a evolução de uma agricultura mais produtiva e sustentável. Nos últimos anos, a Bayer está construindo, ao lado de agricultores e parceiros, como a Embrapa, as soluções frente aos principais desafios para o ecossistema de carbono na agricultura brasileira. Desde o início do PRO Carbono, por exemplo, contamos com uma série de parceiros — como Embrapa, acadêmicos experts e a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto— responsáveis por enfrentar esses desafios e tornar o projeto viável.
E a Footprint PRO Carbono foi desenvolvida exatamente por meio deste processo colaborativo, em parceria com a Embrapa e baseada em uma metodologia com reconhecimento internacional, a avaliação do ciclo de vida (ACV), que calcula a pegada de carbono de produtos agrícolas em sistema de produção, incluindo as culturas de soja, milho e algodão. Essas parcerias fortalecem nossa própria jornada e reafirmam nossa convicção de que a ação empresarial, quando coletiva e guiada pela ciência, tem um poder transformador na agricultura.
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